quarta-feira, 12 de novembro de 2008

E a banda larga levou...

Nesses últimos anos tenho percebido que as comunidades virtuais de relacionamentos como, MySpace, Facebook, Orkut, Par Perfeito e seus derivados, estabeleceram-se como formas virtuais de relacionamentos reais!

O que seria isso?

Ha alguns anos, psicólogos, futurólogos e conservadores previam que as máquinas iriam diminuir consideravelmente o contato entre as pessoas, tornando-as cada vez mais próximas do que poderiamos chamar de robôs, ciborgues ou andróides com funções predefinidas e específicas.

Ações simples e rotineiras de nossas vidas, como ir às compras, passear no parque, ir ao cinema, à festas, eventos esportivos e culturais, que sempre foram as formas mais básicas do ser humano interagir e conhecer novas pessoas, estavam com os dias contados... até então.

Mal imaginavam esses "vanguardistas" que a internet criaria comunidades de pessoas com afinidades em qualquer lugar do mundo a qualquer instante. Um exemplo bem claro, são as comunidades desses sites, citados acima. Se você gosta de um determinado tipo de filme, de um estilo músical, time de futebol, de cidade ou país, por mais raro que seja, a possibilidade de encontrar alguém afim nesses sites é bem maior do que em uma festa de colegas de trabalho, no supermercado ou na balada de sábado a noite, cá entre nós, muitas vezes decepcionante!

O que está acontecendo, é que a internet ampliou a possibilidade de nos unirmos e encontrarmos pessoas com idéias, desejos e afinidades em comum, mais do que qualquer forma tradicional já criada pelo ser humano.

Até os relacionamentos amorosos!

Será possível? Será que até um grande amor pode ser encontrado virtualmente?

Muitos dizem que não, alguns dizem que sim, e pelos motivos mais diversos possíveis. Com relacionamentos acontece a mesma coisa, ao mesmo tempo que temos a oportunidade de encontrar pessoas que de alguma forma assumem "máscaras" na hora de representar na frente do computador, e isso sempre acaba sendo decepcionante para um dos lados, podemos realmente descobrir muitas coisas sobre a vida da pessoa, nos tornar amigos, quiçá amantes, mesmo a distância.

O fato de nos "escondermos" atrás das máquinas, de não termos o contato visual, corporal, as vezes nos deixa mais confortável para nos expor de verdade, de conversarmos horas sem nos preocupar se a pessoa está nos olhando com aquele olhar de reprovação, de espanto, de desdenho, de indiferença, ou até de desejo, amor e carinho, isso mostra quanto a expressão facial, corporal, a aparência física, as vezes cria um certo preconceito na aproximação das pessoas.

Talvez duas pessoas que se conheceram virtualmente, espontaneamente, despertando a curiosidade um do outro através de uma conversa simples e despretenciosa, as vezes com brincadeiras, piadas, resumindo, breves momentos agradáveis, nem se olhariam na rua, ou talvez se prejulgariam em uma festa, mercado, trabalho, etc

Acredito que nada substituirá o contato físico entre as pessoas, e espero que isso nem aconteça, porque como seres humanos, curiosos e afetivos como nossa natureza, temos necessidade de tocar, cheirar, olhar, sentir entre outras sensações.

O que temos que ter em mente que a internet esta aí para nos ajudar a conhecer, viver as pessoas e relacionamentos de um novo jeito, não substituto, mas complementar das formas já existentes. Perceber que o ser humano é feito de ideias não só de corpos e rostos que nos agradam e, que nem sempre comportam o conteúdo que nos interessa.

Quem sabe não nos encontramos um dia numa festa virtual...

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quinta-feira, 27 de março de 2008

E quem disse que a democracia não ia chegar?

Em 2007, a indústria fonográfica ficou estremecida quando os ingleses do Radiohead lançaram seu álbum In Rainbows, pela internet com a inusitada proposta de pague quanto quiser.

Particularmente, eu já havia presenciado algo parecido na peça Arena conta Danton, no extinto Teatro de Arena em São Paulo. Era uma peça magnífica, e de certa forma até interativa que se iniciava com a escolha dos personagens pelos próprios atores, minutos antes do início da peça, através de uma roleta que nomeava os atores escolhidos. A peça de qualidade primorosa, contava com a interpretação de excelentíssimos artistas. Não era de se estranhar pessoas que fossem assistir duas ou mais vezes e pagando mais que da vez anterior, com a sensação de justiça pelo espetáculo que haviam presenciado.

Bom, com a criação dos Torrentz, E-mule e derivados, atualmente história é um pouco diferente...

Tracei este paralelo para colocar em questão um fato que já é realidade, só não vê quem não quer. Com a convergência das mídias afunilando para a internet, muitos artistas que estão no mercado há muito tempo, terão que se adaptar as novas regras do mercado fonográfico, e brigar pelo mesmo espaço de artistas ou bandas recém-nascidas.

O REM é a prova disso, apesar de terem contrato com uma das 4 Majors, através de uma parceria com o site ILike, vai disponibilizar o conteúdo do novo álbum Accelerate no site para ser ouvido pelos fãs sem a possibilidade de download.

Seria apenas uma forma de promoção, ou sinais que os grandes estão tendo que usar a estratégia dos pequenos para poder competir?

Seja como for, a indústria fonográfica está passando por muitas transformações, enquanto realmente não soubermos onde isso tudo vai dar, novos modelos de se vender o peixe vão sendo criados com sucesso e outros morrendo na praia.

E você, já pensou no seu?

Abraço a todos, e até próximo post.

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segunda-feira, 24 de março de 2008

Blog Alternativo

Não deixem de visitar o http://caminhosdaconvergencia.vox.com/

é a mesma coisa com um conteudo multimidia!

abraços

Direitos Autorais 2.0 - Quem é que vai pagar a conta?

Muito tem se falado ultimamente de web 2.0, de revolução digital, de convergência, e principalmente conteúdo. Mas o que todos esses termos, muitas vezes, estranhos para o grande publico teriam em comum?

Temos muitos modos de avaliar essa questão; mas o que nos interessa nesse instante é como o conteúdo é criado, como ele passa por mãos de intermediários que se aproveitam muito dessa nova “galinha dos ovos de ouro da internet”, as conseqüências disso e onde fica o criador nesse bolo.

Era uma vez, uma época onde qualquer criador que fosse; escritor, compositor musical, artista plástico, fotografo, artista digital, cineasta ou roteirista, ganhava direta ou indiretamente, pelo que fosse produzido como conteúdo de sua autoria. Esses profissionais já foram muitos respeitados na sua época, pois eram especialistas naquilo que produziam; o pintor pintava quadros e, era contratado para fazer isso, bem como os fotógrafos, compositores, etc.

Mas isso foi há muito tempo, antes do termo internet ser moda, quando tínhamos a web 1.0 e nem se imaginava o que a web 2.0 e a 3.0 iria mudar tanto a vida desses pobres profissionais. Em 2010 quando começou a popularização da tecnologia 3G e Wi-Max e todos os habitantes do planeta tinham seus celulares de 5 geração, eles começaram a ficar obsoletos por tentar continuar com a utopia de não aderirem à tecnologia.

Foi a extinção dos verdadeiros artistas, pessoas dedicadas a estudar um só oficio que era considerado talvez os mais nobres: o de criar a arte, entreter e emocionar as pessoas.

Mas é claro que alguns tentaram avisar o que estava acontecendo, muitos conseguiram olhar nessa mudança drástica de valores uma possibilidade de se adaptar, como aprendemos com Darwin, mas muitos sucumbiram a essa “desgraça” chamada web 2.0.

Mas quando e onde começou isso?

Onde? Não sabemos reconhecer ao certo, pois naquela época, o mundo já estava praticamente “globalizado” e as novidades eram criadas em qualquer lugar do mundo e espalhadas na velocidade de um click. Quando? Talvez possamos associar ao ano de 2008, época que o 3G chegava definitivamente ao Brasil.

E, Por quê?

Nessa época, borbulhavam os sites interativos como You Tube, Flickr, My Space, blogs, miniblogs, e a palavra interatividade, era a moda no meio de TI. O caminho que todas essas ferramentas levaram, era meio nebuloso para a grande massa, mas para as empresas estava clareando e parecia bem atrativo: Quando qualquer pessoa com seus celulares em punho poderiam criar praticamente qualquer tipo de conteúdo como fotos, vídeos, música e textos, e essas ferramentas davam o publico o poder de compartilhar isso em tempo real e de graça, estava criado a indústria do conteúdo gratuito de baixa qualidade(em termos técnicos)!

Desde o momento que qualquer um pôde ficar famoso, a qualidade do material tornou-se menos importante, tanto quanto quem o criara.

Claro que houve resistência por parte dos artistas, mas ai veio um tal de Creative commons e mudou a vida dos criadores. A intenção do Creative commons quando foi criado era de facilitar o compartilhamento de conteúdo entre as pessoas, facilitando a distribuição de obras e informação, nobre intenção. Mas muitos “empreendedores” viram aí uma possibilidade de lucro praticamente infinita. Com essa licença, a distribuição de conteúdo de qualquer espécie ficou bem mais dinâmica e desburocratizada. Ótimo para o artista! Sua divulgação era facilitada e ele poderia ainda se privar dos direitos patrimoniais de sua obra, ou seja, abrir mão dos direitos ($$$) de execução pública de sua obra no caso da música, da distribuição no caso de textos ou livros, do direito da imagem no caso de artes visuais (artes gráficas, fotografia), etc.

Mas no fundo quem lucrava com isso?

Ora! As empresas de celulares, que negociavam com os portais de conteúdo que eram os grandes detentores de todo esse banco de dados criado a qualquer instante em qualquer lugar! O publico já havia se acostumado bem a não pagar por nada, seja por musica, por vídeos ou o que quer que seja conteúdo. As ultimas empresas como gravadoras, produtoras de cinema davam seus últimos suspiros antes de cair para sempre, ou se adaptar a essa nova realidade com uma receita infimamente menor ao que estavam acostumadas.

E aquele grande artista que estava acostumado com discos de platina, de ouro e de grandiosos shows, tinha que se deparar com uma concorrência antes nunca temida; com aquela bandinha de amigos que aprendeu a tocar a 6 meses que se juntaram para “tirar uma onda” no You Tube, e por causa de algum respeitado blog fazer um comentário, ficaram famosos! Mérito da Bandinha! Que com um custo praticamente zero (0) conseguiu atingir talvez, o mesmo contingente de expectadores daqueles “consagrados” que já tocaram muito e fizeram uma carreira de sucesso às duras penas.


Blog Memórias da Internet Brasileira - São Paulo, 2025.


Esse texto acima é uma obra de ficção mas, pode ser que no futuro, não seja. É época de avaliarmos nossos conceitos em relação do que fazemos, do que criamos e qual é o valor disso. Se não começarmos a pensar nisso com a seriedade que esse assunto deve ser levado, tendemos a mediocridade e a falta de estimulo por conteúdo de qualidade. E não são apenas os que apóiam essas idéias acima, mas todos que vivemos nesse mundo em constante transformação, sofreremos com isso.

Já se fala em Revolução da Revolução, com a velocidade que as transformações estão ocorrendo!

Seria uma Revolução 2.1 ?


Abraço a todos!

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Televisão - o que será daqui pra frente?

Em meu segundo post, resolvi comentar sobre esse objeto quase sagrado, que em algum momento de nossas vidas causou alguma emoção, seja ao chorar ao final drama comovente, morrer de rir com aquela cena de comédia dos pastelões dos anos 80 e com certeza, o país inteiro vibrar com a conquista de uma Copa do Mundo.

Qualquer que seja o motivo, ela já existe em nossas casas ativamente a mais de 40 anos, colorida ou preto e branco, com tubo gigantesco ou uma tela tão fina que podemos até pendurar em nossas salas como quadros, com aquele som de radinho de pilha dos torcedores fanáticos no Maracanã ou acoplados a moderníssimos sistemas de home theater que reproduzem perfeitamente o suspiro de um rato.

Com a evolução desse fantástico meio de comunicação criamos também o que se pode chamar de cultura de massa, uma vez que, a televisão atinge um contingente de publico jamais alcançado por qualquer outro meio de comunicação até então. Pensando bem, esse fator deveria ser a porta para a evolução da educação, do acesso à informação e da propagação da cultura em nosso país e no mundo, mas não é bem assim que acontece.

Desde que surgiu, as possibilidades de conteúdo se tornaram ilimitadas, apenas barradas pelos códigos de ética e costumes de cada geração, tanto quanto o capital necessário para os devidos investimentos. As mudanças no comportamento humano e social foram drásticas nessas ultimas décadas, isso refletiu na forma de enxergar a TV como instrumento de evolução da sociedade. Os grandes “visionários” da Mídia, (visionários aqui apenas por terem avistado um mar de possibilidades financeiras e hoje comandarem um império) deram o pontapé inicial no que conhecemos hoje como essa TV puramente comercial e sem escrúpulos, a mercê dos grandes interesses políticos e econômicos.

A missão social da TV bem como da imprensa dirigida, não é mais apresentar ferramentas que possam colaborar com formação de uma opinião sólida da sociedade, nem divulgar a cultura e educar nossas crianças mas, nos entreter e criar valores que muitas vezes não são aqueles que gostaríamos de possuir ou que nossos filhos devessem, se quer, ter contato. O baixo custo de ter uma TV em casa e a comodidade por ela oferecida, muitas vezes substitui de forma eficaz um passeio a um museu, a ida a um show, a uma apresentação de dança, uma exposição de arte, entre outros eventos importantes para manter viva a cultura de um país. Eficaz do ponto de vista das grandes empresas de Mídia, que conseguiram dentro de uma caixa na sala hipnotizar muitas donas de casa com suas novelas pasteurizadas e muitos jovens senhores com o futebol e a sagrada bunda de carnaval ou de domingo a tarde. Nota-se uma semelhança com a Roma antiga, é a velha política do pão e circo.

E as crianças? Como Ficam?

Não sou nenhum conservador do século XIX, mas temos que concordar que a programação infantil caiu muito no conteúdo educativo em geral, salvo algumas tentativas de uma programação saudável por algumas emissoras que respeitam a opinião pública, nossas crianças tem que engolir a seco desenhos violentos ou sem informação útil alguma e, ainda por cima ter o azar de verem cenas de sexo de programas que não respeitam a faixa etária do horário ou aqueles noticiários policiais sensacionalistas.

Qual é a solução então? TV a cabo? Nem todos os brasileiros tem acesso. Parar de comprar TV, também não vejo uma solução nisso...

O que nos resta é nós mesmos policiarmos as emissões que nós e nossos filhos temos acesso e, a quem se interessar e tiver iniciativa, começar a mudar apostando em novas formas de conteúdo.

A TV digital veio para isso, para nos dar um leque de possibilidades, de escolhermos o que iremos consumir. Por que ? Porque as emissoras vivem de conteúdo, e se conseguirmos tornar moda coisas boas, nos tornarmos bons expectadores e dar a TV a verdadeira dimensão que ela deve ter, a possibilidade de assistirmos ao Big Brother Brasil 16 serão quase nulas! Até lá comece a avaliar seus conceitos e sua programação.

Abraços e até o próximo post!

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